17.3.14
9.11.10
10.11.09
26.11.08
1.6.08
ARTIS
Revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
N.º 6 - Dezembro de 2007
Textos:
Pedro de Abreu Malheiro Subsídios para o estudo da cultura egípcia do Império Antigo: reinado de Netjerikhet/Djoser - início da III Dinastia.
Luís Manuel de Araújo Duas estatuetas do «Império Antigo» na Colecção Egípcia do Museu Calouste Gulbenkian.
Nuno Simões Rodrigues A donzela de marfim. A agalmatofilia como representação estética na Antiguidade Clássica.
Tatiana Kuznetsova-Resende A aventura da alma (ou a reinserção de um mosaico romano no seu contexto histórico).
Raquel Fraga O painel quatrocentista da Sé do Funchal: novos dados para o estudo material.
Vitor Serrão O retábulo quinhentista da igreja dos santos sapateiros Crspim e Crispiano, patronos da conquista de Lisboa aos mouros.
António João Cruz A cor e a substância: sobre alguns pigmentos mencionados em antigos tratados portugueses de pintura - pigmentos amarelos.
Patricia Alexandra Monteiro e Luís Urbano Afonso Fontes para o estudo dos pigmentos na tratadística portuguesa: da Idade Média a 1850.
Jorge Rodrigues Batista O tecto seiscentista da igreja paroquial de São João das Lampas (Sintra).
Vanessa Fragoso Théologie et mystique des fleurs et des fruits ai portugal du XVII siècle.
Ricardo J. Nunes Silva A presença do escultor polaco, José da Pax, na vila da covolhã, nos finais do reinado de D João V (1742-1744). Documentos inéditos.
Maria Helena Souto Luigi Manini e as Artes Decorativas em Portugal na 2ª metade de oitocentos.
Clara Moura Soares A galeria de pintura do Restaurante «Leão de ouro».
Barbara Aniello José de Almada Negreiros, do caos à estrela dançante.
Maria João Baptista Neto Coleccionadores e Connaisseurs de obras de arte: Francis Cook e John Charles Robinson em Portugal.
13.3.08
2.12.07
Algumas perguntas sobre o 25 de Abril
Isto parece daquelas brincadeiras de apanhados, mas na realidade demonstra o mundo em que vivemos: rodeados de ignorância.
30.11.07
Desde os primeiros tempos da história da humanidade que o homem sente uma vontade maior de satisfazer as suas necessidades estéticas, seja para invocar protecção divina ou simplesmente para saciar o desejo de contemplação artística. É uma carência intrínseca à própria natureza dos seres humanos. O Homem produziu e sempre produzirá artefactos artísticos e obras de arte – entendendo-se estas últimas como quaisquer objectos executados pelo homem que revelem os seus anseios, as suas preocupações, a sua individualidade e, inevitavelmente, o seu tempo. Porém, raras vezes assistimos a criações intemporais que apesar de reflectirem o tempo em que foram executadas ultrapassam as barreiras desse mesmo tempo.
O Homem domina e produz o gosto das sociedades em que vive. Até ao século XX os acontecimentos e a produção artística de uma determinada região poderiam levar anos ou mesmo séculos a chegar a outros países e continentes. No século XXI esta limitação não existe. A Internet, enquanto rede global, é uma importante ferramenta de trabalho que possibilita o conhecimento imediato de acontecimentos a nível universal e é o meio de difusão privilegiado para a divulgação do conhecimento em geral. Os Homens estão cada vez mais próximos dos seus semelhantes.
Os fenómenos artísticos encontram no espaço virtual um veículo privilegiado para a sua disseminação. Actualmente as obras de arte e os acontecimentos realizados num determinado ponto do globo são susceptíveis de influenciar outras obras e/ou acontecimentos numa outra geografia distante. Descobrir a obra de um artista cerca de 250 anos depois da sua morte, como aconteceu com a obra de Caravaggio, dificilmente voltará a acontecer. Nunca mais um artista de primeiríssima água ficará na sombra durante tanto tempo.
Os fenómenos artísticos sofreram paulatinamente ao longo dos séculos várias transformações. A arte hoje pode abranger formatos, técnicas e meios de produção substancialmente mais abrangentes e nunca antes imaginados. Também o intemporal trinómio: artista - obra de arte – mecenas – se viu adaptado a uma nova realidade até porque há cada vez mais arte a ser financiada e muitos mais artistas a produzir.
Conhecer a obra de arte é hoje um dos objectivos da história da arte e está directamente ligado à sua principal missão – conhecer o próprio Homem. Falamos de um conhecimento que pressupõe, necessariamente, uma interdisciplinaridade e uma multicomplementaridade entre saberes. Não é possível ao historiador da arte apreender isoladamente o fenómeno artístico, até porque cada obra reveste-se de uma multiplicidade de especificidades que fogem ao campo do saber de um só indivíduo. O estudo de um fenómeno artístico obriga a um conjunto de conhecimentos que dificilmente se congrega numa só pessoa ou numa só disciplina. Torna-se, portanto, necessário a troca de conhecimentos para que se consiga apreender a dualidade da obra de arte - a obra de arte enquanto objecto e a obra de arte enquanto objecto de fruição estética. Ou seja a obra de arte enquanto objecto material e a obra de arte enquanto objecto imaterial.
O estudo do fenómeno artístico progride segundo etapas previamente estabelecidas. Se por um lado a parte material é muitas vezes fácil de apreender, seja por se tratar de uma pintura ou uma escultura, o significado da obra em si pode ser de difícil acesso. Referimo-nos à parte imaterial, ao significado último do fenómeno. Um tema religioso pintado numa tela ou uma escultura de um santo nem sempre pretende levar ao observador apenas uma imagem. Muitas vezes é necessário descodificar os sinais que o artista deliberadamente não deixou acessível a todos os observadores e na maioria dos casos é mesmo necessário descobrir o próprio artista. Neste sentido colocam-se desafios extremamente interessantes que incitam a procura de respostas a perguntas como: quem fez? para colocar onde? porquê? quem mandou fazer? A busca da individualidade do artista, o contexto, o espaço e o tempo em que as obras foram executadas são igualmente desafios interessantes que obrigam a um estudo aturado por parte do historiador da arte.
O conhecimento da obra em profundidade é fundamental pois só dessa forma é possível protege-la, divulgá-la, conservá-la e legislar sobre ela. É um conhecimento vital para o presente e para o futuro do fenómeno artístico e, sobretudo, para o conhecimento do próprio Homem – a missão por excelência da história da arte.